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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

"Príncipe da Pérsia" lidera filmes de games em 2010.



Mais um ano passou e a promessa de um filme baseado em jogo de videogame que pudesse ser levado a sério não se cumpriu. O grande lançamento de 2009, "Street Fighter - A Lenda de Chun-Li", tomou várias liberdades em relação ao enredo e personagens da lendária série de luta da Capcom e amargou críticas severas.

Calejados, os fãs nem se deram ao trabalho de conferir. A produção arrecadou apenas US$ 12 milhões ao redor do mundo nos cinemas, bem atrás inclusive do ridículo filme anterior sobre a franquia. Aquela embaraçosa aventura colorida liderada por Jean-Claude Van Damme que todo mundo adora desdenhar conseguiu ao menos juntar US$ 99 milhões nas telonas mundiais. No Brasil, "Street Fighter - A Lenda de Chun-Li" foi direto para as locadoras de DVD.



Em 2010, como sempre, temos novas apostas. Algumas parecem promissoras enquanto outras têm jeitão de fracasso instantâneo - filmes inspirados em "Metal Gear Solid" e "Castlevania", por exemplo, sequer conseguiram sair do papel. O ano, de qualquer forma, parece ser mais agitado do que 2009, com lançamentos variados.

Nas telas do cinema

O mais famoso jogo de computador criado por Jordan Mechner, no já remoto ano de 1989, não apenas se transformou no filme baseado em videogame mais esperado do ano, mas também pode se tornar um dos campeões de bilheteria do lucrativo verão norte-americano. "Príncipe da Pérsia - As Areias do Tempo" é a grande aposta da Disney para substituir sua querida trilogia "Piratas do Caribe"e esforços não foram poupados.

A produção ficou a cargo do veterano Jerry Bruckheimer, o mesmo por trás de "Piratas" e outros grandes sucesso como "A Rocha" e "Armageddon", que resolveu contratar o próprio Mechner para rascunhar a base do roteiro inspirado no sucesso de 2003, "The Sands of Time" da Ubisoft. Liberdades foram tomadas para criar o primeiro capítulo de uma longa série, mas não estranhe se elementos de outros games da grife derem as caras.

O elenco ficou encabeçado por Jake Gyllenhaal, indicado a Oscar de melhor ator no polêmico "O Segredo de Brokeback Mountain". O ator ganhou mais de 3 quilos de músculos e participou de treinamentos intensos para encarnar Dastan, um dos herdeiros do trono da Pérsia que deve recuperar um artefato que abriga as Areias do Tempo. Tal item é capaz de alterar o fluxo temporal e é alvo da cobiça do vilão Nizam, um nobre interpretado pelo oscarizado Ben Kingsley.

O valor do orçamento não foi divulgado pela produção, mas se for semelhante ao da trilogia estrelada por Johnny Depp, pode girar em torno dos US$ 250 milhões. É uma jogada de risco e, para prevenir, a estreia foi adiada em um ano. Assim a equipe pode trabalhar em pequenas alterações de roteiro, que não puderam ser feitas antes devido a uma greve de escritores, e no polimento de efeitos especiais. O filme deve chegar ao Brasil no dia 4 de junho e encontrará gigantes na disputa por espaço nas salas de cinema, como "Homem de Ferro 2" e o novo "Robin Hood".
No final do ano os cinemas recebem outra adaptação de videogame, de uma série já bem conhecida do público. "Resident Evil 4: Afterlife" é o novo episódio da franquia estrelada por Milla Jovovich e desenvolvida por seu marido, o diretor e produtor Paul W.S. Anderson. A essa altura os fãs já se acostumaram com todas as liberdades em relação aos jogos originais criados pela Capcom, então o jeito é sentar e relaxar enquanto a heroína aniquila legiões de zumbis e monstros.

Anderson planeja que o novo longa tenha suporte a 3D, mas isto ainda não foi confirmado pelo estúdio, que ainda avalia a rentabilidade do projeto diante de uma concorrência acirrada. O que o público pode esperar mesmo é a aparição do personagem Chris Redfield, um dos principais heróis do videogame, que finalmente dá o ar da graça nas telas e é interpretado por Wentworth Miller, o protagonista do seriado televisivo "Prison Break".

O DVD também recebe

O mercado de DVD continua absorvendo aqueles filmes que não conseguem espaço no circuito exibidor. Há algumas bombas telegrafadas, como a nova continuação de "Bloodrayne", "Bloodrayne 3: Warhammer", do infame Uwe Boll, mas há também algumas apostas menos arriscadas.

"The King of Fighters" parece seguir a linha de "Resident Evil" e não leva muito à risca o material original criado pela SNK para a cultuada plataforma Neo Geo. Ainda se trata de torneio de lutas e personagens misteriosos, mas fora o uso de nomes e uniformes semelhantes, o clima não parece o mesmo do videogame.

O texano Sean Faris, de "Quebrando as Regras", interpreta o japonês Kyo Kusanagi e resolve unir forças com Mai Shiranui (Maggie Q, de "Missão Impossível 3") e outros lutadores para enfrentar o maquiavélico Rugal. Ao menos o vilão é interpretado por Ray Park, que já mostrou ao público que entende de lutas desde sua aparição como Darth Maul em "Star Wars Episódio 1 - A Ameaça Fantasma", e a direção é de Gordon Chan, experiente cineasta de Hong Kong que trabalhou ao lado de Jet Li e Jackie Chan em alguns de seus maiores clássicos.

Mais promissor é o filme baseado em "Tekken". O jogo de luta 3D da Namco Bandai quase virou filme em 2001 pelas mãos de produtores chineses, mas a empresa não liberou os direitos e se livrou do fracasso que se tornou o projeto, lançado depois como "The Avenging Fist". Agora as coisas parecem estar no caminho certo.

O diretor Dwight Little, de "Comando para Matar", aparentemente conseguiu manter a essência da história e motivação dos principais personagens da saga, que aparecem de forma bem mais fiel do que se poderia imaginar. As lutas ficaram a cargo do francês Cyril Raffaelli, que está em alta graças a filmes como "13º Distrito" e "Duro de Matar 4.0", e o elenco conta com alguns nomes interessantes do circuito de filmes B, como Gary Daniels, Luke Goss e Cary Hiroyuki Tagawa, que já foi o Shang Tsung de "Mortal Kombat" e agora encarna o poderoso Heihachi Mishima.



Se tais apostas fracassarem, ainda há outros projetos em andamento que podem dar um fio de esperança aos maltratados fãs. Entre os maiores estão "Warcraft", que pode ter Sam Raimi como diretor, e um novo "Mortal Kombat", que agora pertence ao conglomerado Time-Warner com a aquisição da desenvolvedora Midway no ano passado.

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